Como a guerra na Rússia impacta a siderurgia e mineração

Como a guerra na Rússia impacta a siderurgia e mineração

Com a guerra no território Ucraniano impactando diretamente o setor de commoditties, continuam as incertezas e a maior dúvida: Quando e como será o fim do conflito. Ainda não temos a resposta, mas durante esse período, as consequências para o mercados de siderurgia e mineração que envolvem Rússia e Ucrânia (sejam consumidores ou como produtores) refletem e “respingam” em todas as nações.

No Brasil, siderurgia e mineração já estão sofrendo variação de oferta e demanda devido a embargos comerciais aplicados a produtos russos por alguns países, causando a variação do preço de commodities.

Abertura de oportunidades
 

Por outro lado, a comercialização de níquel brasileiro pode abrir portas que foram fechadas para a Rússia (produtora de 10% do níquel global). A estimativa do USGS (Serviço Geológico dos Estados Unidos) é que o nosso país tem reservas estimadas em 16 milhões de toneladas, atrás apenas de Indonésia e Austrália.

Uma boa prova disso é que as sanções a Rússia renderam um grande negócio à Vale, empresa de mineração brasileira que também atua na Indonésia e no Canadá e é a segunda maior empresa produtora de níquel do mundo, depois da russa Nornickel.

Foi anunciado um acordo entre Vale e Tesla para garantir o suprimento de níquel à empresa, que necessita da matéria prima para o desenvolvimento da bateria de íon de lítio (base energética do carro elétrico).

Valorização das commoditties brasileiros

Com a escalada do conflito bélico no Leste Europeu, o preço internacional do níquel chegou a bater em US$ 100 mil (cerca de R$ 473 mil) por tonelada pela primeira vez na história, antes de regredir para US$ 37 mil (R$ 175 mil) por tonelada – em 2021, o preço médio do níquel foi US$ 18,5 mil (R$ 87,6 mil) por tonelada.

O óxido de alumínio também pode ajudar o Brasil, visto que a cessão da exportação à Rússia (país que tem a maior capacidade de fundição deste composto químico) pela Austrália tende a fazer com que o preço do produto no mercado se eleve.

E em Paragominas, no Pará, há uma grande produção de bauxita, principal mineral que carrega o óxido de alumínio. Atualmente o Brasil é o segundo maior produtor mundial de minério de bauxita, segundo o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), com 22,8 milhões de toneladas, ou 13% da produção mundial.

Superando a Crise

O Brasil tem a oportunidade de se tornar um exportador eficiente, já que o preço das commodities foram nas alturas. O dinheiro estrangeiro começa a entrar na bolsa de valores e valoriza a moeda brasileira frente ao dólar, fator que colabora com o controle da inflação.

Siderúrgicas e mineradoras possuem estratégias de muito poder de geração de caixa, algumas grandes companhias já estão anunciando investimentos bilionários para melhoria de Parques Industriais, que potencialmente aumentam a geração de empregos e consumo interno aquecido.